A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, anunciou, no dia 28 de fevereiro um corte nos programas de bolsas da instituição, com impacto direto nas Universidades do país, incluindo a UFVJM.
Na esteira da crise econômica que assola o Estado, o governo não tem passado à fundação os recursos financeiros que lhe são de direito, consequentemente, a FAPEMIG deixa de pagar os pesquisadores, fato que se transforma em verdadeira bola de neve de entrave na pesquisa no estado e no país. Em nota, a fundação esclarece: “ vale citar que grande parte dos bolsistas depende das mensalidades para a continuidade de seus estudos e até mesmo para sua subsistência. Assim, o impacto social de qualquer diminuição dos programas de bolsas é enorme. Para cumprir sua missão, a FAPEMIG conta com a determinação do art. 212 da Constituição Estadual, que lhe destina 1% da receita ordinária corrente do Estado, que devem ser repassados em duodécimos. No entanto, desde 2016, a duras penas, a FAPEMIG tem cumprido apenas parte dos seus compromissos, visto que estes repasses não foram feitos adequadamente”.
Entre as missões da FAPEMIG está a concessão de bolsas para formação de recursos humanos e para atuação em projetos de pesquisa científica. Essa atuação é fundamental para a produção científica de excelência do Estado. A FAPEMIG possui programas institucionais de bolsas de cotas. Nesses programas, as instituições de ensino e/ou pesquisa recebem um número determinado de bolsas, que distribuem aos alunos segundo critérios específicos, elaborados pela própria instituição. Em 2018, foram concedidas 6.827 bolsas dentro desses programas.
Em fevereiro de 2019, a FAPEMIG comunicou a suspensão dos programas institucionais de Bolsa de Iniciação Científica Júnior (para alunos do ensino fundamental e médio) e de Bolsa de Iniciação Científica (para alunos da graduação), conforme nota divulgada em 22/2/2019. Esse corte deveu-se à necessidade de readequações das atividades da Fundação em decorrência da severa crise fiscal que atinge o Estado de Minas Gerais. (Fonte: https://fapemig.br/pt/noticias/123/ ).
A UFVJM já “sente” com o corte de repasses. Até o momento dois editais de bolsas de iniciação científica foram suspensos e 120 bolsas foram cortadas.
A aluna Beatriz Carolina Pimentel teve um projeto contempolado pelo Olá, foi pelo edital CICT 008/2018 PIBIC/FAPEMIG. Com o título "Culinária de Diamantina e suas significações: um resgate das práticas alimentares da região como incentivo ao turismo gastronômico", o projeto terá que ser engavetado, pois o recurso foi cortado. “ O corte nas bolsas me afetou diretamente pois, no último edital meu projeto foi aprovado porém, posteriormente as bolsas foram canceladas.Em virtude disso terei que realizar outras atividades fora do ambiente acadêmico para poder me sustentar durante os meus estudos. Isto possivelmente irá desencadear um afastamento das minhas atividades de pesquisas acadêmicas” informa a aluna.
Para o aluno Landerson Galvão, que cursa licenciatura em geografia e participa do programa de iniciação científica e tecnológica (PIBIC), “ O corte de recursos limita a produção cientifica ao restringir os recursos (...) Para se realizar uma pesquisa existem gastos pontuais dos quais o pesquisador não tem como se livrar. Ou seja, com o corte, a pesquisa se simplesmente se torna inviável” lamenta o pesquisador.
