Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

O Brasil é um dos maiores produtores e o maior consumidor mundial de produtos de origem florestal. Em nível nacional, segundo o IBGE (2012), o Estado de Minas Gerais ocupa posição de destaque no setor madeireiro. Considerando florestas nativas, Minas é o quarto maior produtor de carvão (9,98%), o décimo primeiro de lenha (3,42%) e o décimo terceiro considerando madeira em tora (0,29%). Já no seguimento silvicultura, florestas plantadas, Minas Gerais é o maior produtor de carvão vegetal, com 4.335.499 toneladas (85,05%), o quinto produtor de lenha (12,15%), o quinto maior produtor de madeira para celulose e papel (7,97%) e o quarto produtor de madeira para outras finalidades (13,38%). Minas Gerais ainda é o maior produtor de folhas de eucalipto para diversos fins, sendo que o município de São João do Paraíso, localizado na região Norte do Estado, área de abrangência da UFVJM, é o maior produtor do Brasil. Ainda, o Norte de Minas é a oitava maior produtora de carvão vegetal, a partir de florestas nativas, quando se compara as maiores mesorregiões produtoras do país. Em se tratando de florestas plantadas, as mesorregiões Norte de Minas (7,7%), Jequitinhonha (4,4%), Central Mineira (3,6%) e Noroeste de Minas (3,2%) são as quatro mais produtoras de carvão vegetal. O município de Capelinha, na região do Jequitinhonha, é responsável por 4% de todo o carvão vegetal produzido no Brasil. Outros municípios importantes na produção de carvão vegetal são Paracatu, Grão Mogol, Bocaiúva, João Pinheiro, Itamarandiba e Curvelo, todos produzindo mais que o segundo colocado, Maranhão. Todas essas regiões do estado de Minas Gerais, bem como os municípios citados, sofrem influência da UFVJM.

Inserida no Planalto Atlântico, a Serra do Espinhaço Meridional é um dos mais importantes marcos geográficos do Alto Jequitinhonha. É o grande divisor hidrográfico entre as bacias do centro-Leste brasileiro que drenam diretamente para o oceano Atlântico, especialmente os rios Jequitinhonha e Doce, e a do rio São Francisco, a Oeste. Além disso, a serra delimita dois hotspots mundiais: a Mata Atlântica e o Cerrado, ambientes que abrigam elevada diversidade biológica e estão entre os mais ameaçados do planeta.


Fitogeograficamente a região apresenta um complexo mosaico de florestas estacionais e savana, com diversas fitofisionomias relativamente bem preservadas que desperta interesse científico, no mínimo, desde o Século XVII. Ao longo de todo o Século XIX, viajantes naturalistas como Saint-Hilaire, Spix e Martius, dentre outros, percorreram a região, atraídos tanto pelas jazidas minerais (dada a ocorrência do diamante e ouro em depósitos secundários e rochas da Serra) quanto pela rica biodiversidade, resultando na montagem de acervos florísticos em países europeus. Estes acervos são de valor inestimável e só puderam ser elaborados a partir das inúmeras coletas botânicas realizadas pelos naturalistas e utilizadas para descrição de muitas espécies, a maioria, até então, desconhecidas.


Pesquisas atuais indicam que aproximadamente 2/3 das espécies vegetais consideradas ameaçadas de extinção em Minas Gerais encontram-se na Serra do Espinhaço e suas imediações, além da ocorrência de um elevado número de espécies endêmicas. Em consequência disso a região é considerada por órgãos federais e estaduais como área prioritária para conservação e/ou investigação científica. Pelas razões expostas a região recebeu da UNESCO o título de Reserva da Biosfera e reúne 11 Unidades de Conservação: os parques nacionais Serra do Cipó e Sempre Vivas, os parques estaduais Itacolomy, Serra do Rola Moça, Rio Preto, Biribiri, Pico do Itambé, Serra Negra, as estações ecológicas estaduais Tripuí, Fechos e, por fim, os parques naturais municipais Ribeirão do Campo e Salão de Pedras. Tais unidades de conservação caracterizam a vital importância desta região como laboratório para desenvolvimento de pesquisas voltadas para conservação, restauração de ecossistemas e o manejo sustentável, visando sua sustentabilidade ambiental e socioeconômica.


Dessa maneira, o Programa de Pós-graduação em Ciência Florestal da UFVJM tem um vasto campo para atuar, no Brasil e aqui, na nossa região. Uma vez que o corpo docente do PPGCF é diversificado, é fácil encontrar pesquisadores atuando nas diversas áreas da Ciência Florestal.

Desta forma, o PPGCF, mediante conjugação de esforços aplicados ao ensino, pesquisa e extensão tem, por objetivos:

  1. Desenvolver atividades de pesquisa e ensino em alto nível de aprofundamento, a fim de contribuir para o avanço e a divulgação do conhecimento na área de Ciência Florestal,
    para a inovação e para a formação de recursos humanos qualificados;
  2. Formar profissionais com capacidade de análise crítica, independência, criatividade, liderança e disposição para cooperação, aptos a atuarem em atividades de pesquisa e, ou,
    ensino em instituições públicas ou privadas;
  3. Contribuir para o desenvolvimento da sociedade por meio da formação de profissionais com poder de compreensão e ação no atual contexto político, social e econômico
    nacional e mundial;
  4. Adotar e estimular conduta científica, profissional e pessoal baseada em sólidos princípios éticos e humanistas.

 

Programa de Pós-graduação em Ciência Florestal - PPGCF

  • Nível: Mestrado e Doutorado
  • Área de concentração: Recursos Florestais
  • Data de criação: Mestrado - 01/01/2010, Doutorado - 01/01/2015
  • Avaliação do curso: conceito 4 (Mestrado e Doutorado)

 

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